terça-feira, 18 de novembro de 2008

Ética no Esporte é abordada no SESC Piracicaba

A 72ª edição dos Jogos Abertos está proporcionando diversos eventos “extras” à cidade de Piracicaba. Um deles iniciou hoje (18) no SESC Piracicaba, e termina amanhã. É o Fórum de Esportes, realizado pelo SESC SP em parceria com a Secretaria Municipal de Esportes, Lazer e Atividades Motoras da Prefeitura de Piracicaba, e traz como maior objetivo o estímulo ao debate sobre a “Ética, Mídia e Sociedade”, tema deste ano.


“Ética no Esporte: Mídia e Sociedade” marcou o primeiro dia de debate no Fórum de Esportes

No primeiro dia de discussão, foram convidados para compor o Colóquio com o tema “Ética no Esporte “Mídia e Sociedade”, a ex-atleta da Seleção Brasileira de Basquete, Branca, o jornalista da ESPN Brasil, emissora que está fazendo a cobertura dos jogos em Piracicaba, João Palomino e o professor e pesquisador da UNESP de Bauru, Mauro Betti, além do mediador da noite, Paulo Roberto Botão, coordenador do curso de Jornalismo da UNIMEP.

Confira Boletim da Unimep TV sobre o colóquio:






Para iniciar o debate, a ética foi abordada do ponto de vista de cada representante de acordo com as suas profissões e atuações no meio esportivo. Branca citou que a ética do atleta é fruto daquilo que ele aprendeu no berço. “Podemos perder a ética numa partida disputada, mas a índole não”, afirma. O jornalista Palomino completou que “o compromisso social do esporte é proporcionar o acesso a ele.” Ou seja, princípio básico da ética se faz por isso. E Betti caracterizou a ética como sendo um assunto pungente e necessário de análise em relação aos técnicos, dirigentes e atletas, pois “todos ferem esse princípio”.


Público atento às palavras iniciais dos convidados


Vitória e Conduta de Ética


Questionados sobre a questão de como a ética é analisada dentro de uma competição, os convidados foram firmes e de opiniões unânimes. “Ferir os princípios éticos para vencer a qualquer preço não existe”, disse Palomino.

O professor Betti esclareceu que o comportamento moral diante de uma competição é mais ampla do que se pode imaginar. O Flair Play foi abordado, deixando às claras que a lealdade, honestidade, aceitação das regras e a igualdade de oportunidades devem existir durante toda partida, para que a ética possa ser presente nas inúmeras situações.


Mauro Betti, professor e pesquisador da UNESP de Bauru

O respeito ao atleta como ser humano é fundamental. Branca afirma que “a conduta e o bom relacionamento, sobretudo com ética, devem estar presentes em todas as competições, não somente por parte dos atletas com seus oponentes, mas também dos técnicos e dirigentes.”



Branca aborda a integridade do atleta como ser humano

Mídia e Esporte

Tema polêmico em diversas áreas é a atuação da mídia na cobertura esportiva. O espetáculo se faz presente em quase todas as partidas, desde à forma como é narrada até os comentários em relação à vida pessoal do atleta.

A presença do diretor da ESPN Brasil, José Trajano, no primeiro dia de Fórum do Esporte no SESC, e na cidade de Piracicaba por conta da cobertura dos Jogos, não passou despercebida. Numa interrupção plausível Trajano abordou e tornou polêmica a questão do futebol ser explorado de maneira espetacular, com se fosse o único esporte que o Brasil pratica.

A preferência do brasileiro pela modalidade é nítida, porém a maneira como a mídia transmite torna-se exagerada. Há 14 anos na cobertura dos Jogos Abertos, Trajano afirma que é triste saber que tantas competições acontecem durante o evento, mas o futebol é o que mais dá “ibope”. É preciso mudar esse aspecto, mas “o brasileiro questionar o porquê desta situação, é cinismo”.


“Enquanto houver os dirigentes e o grupo deles no esporte, a ética realmente vai ser difícil de ser aplicada”, diz José Trajano, diretor da ESPN Brasil.

Vida Pessoal do Atleta


Para quem assiste a um esporte o interesse é, em sua maioria, pelo resultado da partida e desempenho do time. Porém, a necessidade de informações “extras” daqueles jogadores é sempre presente. Classificado como algo saudável, porém que necessita de um “limite”, o professor Betti entende que esse aspecto deve-se ao fato do atleta ser comparado a um artista, e a mídia explorar isso de maneira exagerada. Palomino, crítico, caracteriza tudo como fofoca. “O limite da vida pessoal deve ser abordado quando pertinente ao jogo”, afirma.


João Palomino: “A fofoca não interessa! As informações devem ser pertinentes ao jogo!"




(Texto: Rafaela Ometto / Fotos: Iuri Botão / Edição: Rafaela Ometto)

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